11 de dezembro de 2010


" A Carolina "

Querida! Ao pé do leito derradeiro,
em que descansas desta longa vida,
aqui venho e virei, pobre querida,
trazer-te o coração de companheiro.

Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiro
que, a despeito de toda a humana lida,
fez a nossa existência apetecida
e num recanto pôs um mundo inteiro...

Trago-te flores - restos arrancados
da terra que nos viu passar unidos
e ora mortos nos deixa e separados;

que eu, se tenho, nos olhos mal feridos,
pensamentos de vida formulados,
são pensamentos idos e vividos.

1839 - Joaquim Maria Machado de Assis nasce no Rio de Janeiro, a 21 de junho
1855 - Publica seu primeiro trabalho, a poesia "A Palmeira", no jornal A Marmota Fluminense.
1858 - Começa intensa colaboração em vários jornais e revistas que, com algumas interrupções breves, manterá pela vida toda.
1864 - Publica seu primeiro livro: Crisálidas (poesias).
1867 - É nomeado para o cargo de ajudante do diretor do Diário Oficial.
1869 - Casa-se com Carolina Augusta Xavier de Novais.
1873 - É nomeado primeiro-oficial da Secretaria do Estado do Ministério da Agricultura, Comercio e Obras Públicas.
1878/9 - Passa uma temporada em Friburgo, por motivo de doença.
1881 - Oficial de Gabinete de Pedro Luís, ministro da Agricultura.
1888 - Oficial da Ordem da Rosa, por decreto do Imperador.
1889 - Diretor da Diretoria do Comércio.
1892 - Diretor-geral da Viação
1897 - É eleito presidente da Academia Brasileira de Letras, fundada no ano anterior.
1904 - Membro correspondente da Academia das Ciências, de Lisboa. Morre sua Mulher, Carolina.
1908 - Licença para tratamento de saúde (junho). Falece no Rio de Janeiro, a 29 de setembro.
OBRAS DO AUTOR

9 de dezembro de 2010


Idoso

Toda família tem alguém
Com um brilho especial nos olhos.
Nos lábios sábios conselhos.
Na voz a soma da cultura acumulada,
Muitas vezes desprezada.
Toda família tem alguém que conspira
Com o universo, orações pelos que ama.
Têm braços de músculos cansados, mas...
Que não negam o conforto de um longo abraço.
Têm os ombros cansados, mas...
Não negam um carinho e mais um fardo.
Têm os ossos frágeis, mas...
Não negam um colo.
Precisam de atenção, de amor e compreensão.
E estão atentos a tudo, amam como ninguém,
Sempre tentando compreender os filhos e netos.
Parabéns idosos, admiro e amo vocês!


de Heloisa Abrahão
Itajaí - SC - por correio eletrônico