17 de abril de 2009

Avenida Arequipa Peru

O padroeiro de Lima Senhor dos Milagres
Lima – Todos os anos há três séculos, no mês de outubro Lima apresenta um sugestivo aspecto, por todas as partes se vêem limenhos trajando roupas vermelho escuro, para assim tornar pública a sua fé no Padroeiro da cidade Senhor dos Milagres ou Cristo Moreno, como também é chamado.
Desde as damas de salões até as empregadas de escritório e as negras dos bairros da capital, todos se unem na fé que devolve,nesses dias a Lima o ambiente Colonial de grande aldeia que vai desaparecendo para dar lugar a grande cidade, com todos os requisitos impostos pela moderna civilização. A noticia correu pela cidade e muitas pessoas , para comprovar o milagre, conheceram então a afastada rua de Pachacamila. Em 1671, um culto mais amplo foi dado a imagem, pelos desvelos de um visinho da Paróquia de São Sebastião que acreditou ter recebido um milagre do Cristo de Pachacamila .Dom Antônio de Leon que costumava acender círios ao Cristo, curou-se de um tumor maligno, atribuindo a cura ao santo. Agradeci-do mandou reforçar o muro. Colocou um teto rústico e mandou construir um batente de tijolos, para servir de mesa de altar. Para ali iam as flores e os círios que iluminavam o doloroso rosto do crucificado. Com tudo isso , o culto foi incrementado e foram iniciadas reuniões periódicas desprovida de qualquer liturgia Ali se reuniam os negros em horas noturnas e ao som da harpa cantavam o “Misere” ao Cristo. O vice-rei não pode apagar a imagem, Entretanto essas reuniões degeneraram em duvidosos espetáculos, originando a intervenção das autoridades civis e religiosas. Depois do relatório de uma comissão, que deu uma “ vista de olhos “ no local, foi decretada pelo vice-rei Conde de Lemos, o desaparecimento da imagem, pois ficou comprovado que perante ela eram cometidas freqüentes irreverências. Assim no dia 12 de outubro de 1671, chegaram ao paredão de Pachacamila o promotor – fiscal do Arcebispo , um notário e um pintor, e um capitão da Guarda do vice-rei. E ante um grupo de curiosos e devotos foi ordenado ao pintor que fizesse desaparecer a imagem do Cristo Moreno. O pintor colocou a escada pra subir na parede, mas no estender o braço para executar a ordem, sofreu um desmaio. Refeito da síncope , voltou a escada. Mas viu algo tão raro e sobrenatural, na imagem , que ficou paralisado e se negou a prosseguir. Foi ordenado a seu ajudante que realizasse o trabalho, mas este foi acometido de um tremor no corpo e caiu por terra. O povo fervilhava e protestava afirmando que estava claro que o Redentor Crucificado não queria que apagassem a imagem. O promotor fiscal insistiu, e, ofereceu uma boa recompensa a quem cumprisse a ordem do vice-rei. Alguém se ofereceu e trepou na escada.Chegando a cima começou a gritar que Cristo se transfigurava, e, todo assustado renunciou ao trabalho.
Exatamente naquele momento o céu se obscureceu e choveu copiosamente com a particularidade de que isso só aconteceu em Pachacamila. O povo impressionado se pôs de joelhos e rezou em voz alta ao Cristo do Paredão. O promotor, assustado retirou-se para dar conta do fato ao vice-rei. O vice-rei, Conde de Lemos comoveu-se tanto com a noticia que visitou o lugar, revogou a ordem de apagar a imagem e fixou uma pequena soma para o culto. A seguir foi celebrada uma missa ali mesmo, e o culto ficou assegurado. A autoridade eclesiástica ratificou a medida, nomeando Dom Juan de Quevedo y Zarate para o cargo de mordomo do Santo Cristo dos negros Angolanos.
Três séculos se passaram, e o Cristo que desafiou a força dos sismos e as ordens do vice-rei permanece ainda erguido. Já não são os negros os únicos que participam de seu culto. É toda a cidade. E anos após anos milhares de fiés percorrem as ruas de Lima, levando aos ombros uma cópia da milagrosa imagem em pesado andor de prata. A passagem do Senhor dos Milagres, rendem-lhe culto o presidente da República com todos os seus ministros. Os parlamentares deixam os debates alguns minutos , para se prosternarem ante o Cristo Moreno, na porta do Palácio Legislativo. Nesses dias 17 e 18 de Outubro, não se falava de outra coisa senão do Senhor dos Milagres. Veem-se senhoras caminhar descalças, por penitencia ou em agradecimento por uma graça recebida Lima poderá mudar. Mas o culto fervoroso das multidões pelo Senhor dos Milagres – dizem os fiéis – permanecerá incólume pelos séculos dos séculos.
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2 comentários:

  1. Belo trabalho mãe. Gosto de vê-la assim, bem produtiva. Coloquei um link do seu blog no meu, assim quem passar por lá, poderá passar por aqui se quiser. bjs

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  2. Obrigado pelos comentários. bjs grandes

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